" é tão prejudicail quanto ter uma relação afetiva e não larga-la nunca, não dar espaço, telefonar diariamente, procurar sempre, depende demais: com isso, afogamos e matamos a relação."
Dançar também é sentir os movimentos, enxergar o que a coreografia quer nos falar e colocar na dança, o que somos: o nosso estilo. A técnica auxilia entretanto, em excesso, tira o a nossa identidade. Porque a dança não se faz, somente dançando, mas também pensando e sentindo: DANÇAR É ESTAR INTEIRO.
Não estou dizendo que não devemos buscar a técnica e nem nos aperfeiçoar, ao contrário, a técnica é extremamente importante, "é a rotação da musculatura no sentido máximo que ela pode atingir" (Klauss Viana), ela eleva nosso nível, nos coloca em outra dimensão de movimentos que pensavámos impossiveis de serem realizados, mas cada um dança de um jeito. Se estinguir totalmente o seu estilo de dança e superabundar a técnica, criará um dançarino alienado. Haverá uma inconsciência nos espetacúlos e na formação da mentalidade do dançarino. Se torna alguém que não discute, é individualista, e repito, alienado.
A necessidade de parar com a mediocridade na dança requer que o dançarinho use a técnica em conjunto com o seu dom, o que possui dentro de si sobre a dança, o que nasceu nele: a capacidade de fazer de seus movimentos uma linguagem corporal que veicula uma determinada informação que ele pretende passar.